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domingo, 18 de janeiro de 2015

Gilles Villeneuve: Foi um bom piloto, talentoso e arrojado, ou foi só um batedor de carros?

Há 65 anos, 18/01/1950, nascia um dos maiores ídolos de Ayrton Senna, Joseph Gilles Henri Villeneuve, mais conhecido como Gilles Villeneuve, que foi um dos mais talentosos e arrojados pilotos da Fórmula 1 em todos os tempos.

Villeneuve nasceu na província do Quebec. Era filho de um afinador de pianos e estreou no automobilismo em 1975, após uma breve e vitoriosa carreira, vejam só, como piloto de snowmobile em campeonatos de seu país. Foi campeão canadense e norte-americano de Fórmula Atlantic, em 1976, e repetiu o título canadense em 1977. Neste ano, em uma corrida no circuito de Trois-Rivières que contou com a presença de pilotos da Fórmula 1, derrotou e impressionou positivamente o então campeão mundial, o inglês James Hunt, o que lhe rendeu um convite para disputar o Grande Prêmio da Grã-Bretanha, em Silverstone, com um terceiro carro da equipe McLaren. 

Gilles Villeneuve, McLaren M23, em sua estreia no
GP da Inglaterra, 1977

Já na Ferrari, onde muitos o declarava como um futuro campeão, e seria mesmo, se não fosse sua obsessão por vitórias e de não desistir nunca, travou um dos mais épicos embates da Formula 1, com o piloto francês Renè Arnoux, no GP da França, de 1979 e não pra vencer, mas para chegar na segunda colocação.

" Você só pode disputar assim com alguém em quem você confia de olhos fechados, e você não vai encontrar muitas pessoas como ele. Ele me bateu, sim, e na França, mas isto não me incomoda: eu sei que fui vencido pelo melhor piloto do mundo!"

Renè Arnoux



Foi ao volante dos carros vermelhos da equipe italiana que Gilles proporcionou aos espectadores da Fórmula 1 momentos de bravura e perícia que lhe fizeram ser comparado ao lendário Tazio Nuvolari e uma série de acidentes impressionantes, dentre eles, no GP do Japão de 1977, quando bateu forte com a Tyrrel de Ronnie Peterson, e lançou-se em direção aos espectadores que acompanhavam a corrida de um local proibido, onde morreram dois e ferindo outros dez, na fatalidade.



O acidente com Villeneuve no Japão, em 1977.
A Ferrari do canadense voou e caiu sobre um grupo de pessoas,
matando duas delas e ferindo dez.


Gilles, era "o queridinho" do comendador Enzo Ferrari, que a partir de 1980, lhe prometeu que todos esforços da equipe se voltaria à ele, mas ele nada pôde fazer pela equipe do cavalinho rampante, pois a Ferrari, ainda fora dos motores turbo que começavam a ganhar força na categoria, não chegou nenhuma vez ao pódio.


Comendador Enzo Ferrari e Gilles.


Momentos em que o Comendador Enzo,
demonstra todo carinho que tinha por Gilles


Outra lembrança que ajudou para que a popularidade de Villeneuve crescesse tanto aconteceu no GP do Canadá, em 1981. O piloto correu a parte final da prova, em um dia de chuva, com a asa dianteira de seu carro quebrada e levantada, o que atrapalhava grande parte da sua visão. O canadense não voltou aos boxes, o bico do carro se desprendeu, e Villeneuve acabou a corrida na terceira posição, para delírio de seus fãs no país. Ainda venceu em Mônaco e na Espanha, voltando a ser considerado nas disputas do título já para 1982.





Na temporada de 82, com aval do comendador, que o destacava como piloto numero 1 da equipe, e confiante para o ano, acirrou-se a rivalidade dentro da própria Ferrari. Gilles e seu companheiro, Didier Pironi, se desentenderam após o GP de San Marino, quando Pironi não respeitou a ordem de não agressão entre os pilotos na pista e ultrapassou Villeneuve para ficar com a vitória.

No GP seguinte, da Bélgica, duas semanas depois, os dois pilotos ferraristas chegaram ao país, ainda sem se falar, devido ao ocorrido. Nas classificatórias para o grid de largada, na obsessão de bater a marca do companheiro Pironi, que vinha mais rápido e tinha a pole provisória, Gilles acabou sofrendo o derradeiro acidente. Na disputa para superar o melhor tempo feito por Pironi no treino de classificação, Villeneuve estava em sua última volta rápida quando encontrou, em uma curva de alta velocidade, o March de Jochen Mass retornando para os boxes em velocidade menor. Um erro de cálculo fez com que as rodas dos carros se tocassem e a Ferrari foi lançada ao ar, seguindo-se uma sequência de capotagens que partiu o cockpit ao meio e arremessou o corpo de Villeneuve para o alto, na direção esquerda, só parando no lado extremo da pista, ao chocar-se violentamente contra o alambrado de proteção. O piloto já não estava respirando quando a equipe de socorro chegou ao local, mas só foi oficialmente declarado morto mais tarde, em um hospital próximo a Lovaina.Toda a equipe Ferrari abandonou o circuito naquele que foi um dos mais tristes finais de semana da história da Fórmula 1.




A temporada de 1982 ainda teria mais uma fatalidade, Riccardo Paletti, que perdeu a vida após colidir com o carro do francês Didier Pironi no GP do Canadá. Apesar de ter sobrevivido, Pironi, que era companheiro de Villeneuve, sofreu outro acidente no GP da Alemanha onde ficou gravemente ferido e abandonou a Fórmula 1. Muitas coincidências?


Gilles Villeneuve era um bom piloto, talentoso e arrojado, ou foi só um batedor de carros? É o que eu me ponho a me dizer. Mas o que eu não posso negar, é que ele era veloz e não desistia nunca!

O Legado:

Os frutos das grandes exibições de Gilles Villeneuve não terminaram com a morte do piloto, que deixou heranças importantíssimas para a Fórmula 1 e para o Canadá. O país, até então com pouca tradição no automobilismo, se firmou como a capital da Fórmula 1 na América do Norte, desbancando os Estados Unidos.

O circuito de Montreal, onde havia vencido na estreia, anteriormente chamado de Île Notre-Dame Circuit, foi batizado com o nome de Gilles Villeneuve logo após sua morte, para homenagear o ídolo nacional.

Circuito  Gilles Villeneuve, Montreal, GP do Canadá.

Além disso, era uma figura "família" e deixou também uma herança “física” para a Fórmula 1: seu filho, Jacques Villeneuve, que tornou-se campeão mundial da categoria, fato que seu pai não conseguiu alcançar. Em 1997, correndo pela Williams, chegou ao título da categoria, 15 anos após a morte de seu pai, deixando a família e o país no topo da categoria pela única vez. Gilles ainda deixou a esposa Joann Barthe e uma filha, Melanie Villeneuve, que se tornou musicista.


Gilles e Melanie

Gilles andando pelo padock,
com Jaques e Joann na garupa.

Gilles morava com a família em um Motor Home,
antes de ingressar para Formula 1.

Momento de carinho do filho Jaques.

Os filhos desde cedo, já participava das entrevistas do pai.

Jaques, Melanie e Gilles.

Mais uma com Jaques.


















Jaques Villeneuve,
com o carro que foi pilotado por seu pai, Gilles.

Ao todo, Gilles entrou em 67 corridas na Fórmula 1, sendo 66 delas com a Ferrari. Conseguiu seis vitórias, duas pole positions e 13 pódios, de 1977 até 1982.

Gilles Villeneuve, uma figura simpática, família, carismática e um piloto que entrou para a história da Formula 1.

Repararam na semelhança e entenderam o porque, ele era um dos ídolos de Ayrton Senna? Ayrton ainda teve algum tempo pra ser campeão, já Gilles não!


1978.

1979.

1981.

1981.

Desde que entrou no automobilismo,
Gilles mostrava ser um piloto talentoso.
afinal, ao contrário da maioria que iniciou no kart,
ele iniciou numa categoria diferente.

Gilles só pilotou uma única corrida fora da Scuderia Ferrari.

Gilles Villeneuve,Ferrari,Jarama,
GP da Espanha, 1979.

Gilles Villeneuve, Long Beach,
GP dos EUA, 1981.

Gilles Villeneuve, Ferrari 126 C2, 1982.

Gilles Villeneuve,  Ferrari, 1979.


Gilles Villeneuve (Ferrari), Rene Arnoux (Renault),
Nelson Piquet (Brabham), Ricardo Patrese (Brabham) e
Didier Pironi (Ferrari) - Kyalami,GP da África do Sul, 1982.

Gilles Villeneuve e sua bela Ferrari 126CK,
em Zolder, no ano de 1981.


Gilles, GP da Áustria, 1981.


O Casco de Gilles Villeneuve,
é um dos mais bonitos e reconhecidos da Formula 1.

Gilles foi mais uma das vítimas da F1 dos anos 80.


Gilles, GP da Holanda, 1981.

De lado!

Mais um acidente...

Gilles de "cara pra trás". 
Gilles escapou ileso de muitos acidentes,
antes do fatídico GP da Bélgica de 1982.



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